segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Comentário “A WEB 2.0 e a BE 2.0” (tarefa 1)






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Tarefa 1 - Comentário ao texto  “A WEB 2.0 e a BE 2.0”
A mudança de paradigma da sociedade e a inovação tecnológica alteraram de forma progressiva a nossa conceção de saber e de formação de conhecimento. A Web 2.0, conceito de fronteira com contornos indefinidos (cf. O’Reilly), força a mudança de atitude por parte dos consumidores, porque esta rede implica que deixe de haver apenas consumidores de informação para haver construtores e amplificadores do conhecimento. O texto a comentar vem colocar a problemática das bibliotecas escolares em plena era da Web 2.0.

“Brick and click”

Esta expressão inglesa, retirada da área do marketing das empresas, tem sido associada às bibliotecas, de forma a ilustrar a mudança de paradigma nas bibliotecas. De forma análoga, o conceito de BE tem sofrido essas mesmas transformações. Ao contrário da biblioteca tradicional 1.0, formal, estável, estática, cujos horizontes não iam muito além das quatro paredes, a biblioteca atual tem de acompanhar a nova forma de adquirir e difundir a informação; e a forma como deve ser entendida e construída passou a ser flexível, informal, dinâmica, atual, do ponto de vista tecnológico, e cativante para a comunidade dos utilizadores. As ondas da BE 2.0 de David Lee King ilustram de forma desassombrada essa ideia de biblioteca.
O professor bibliotecário 2.0
O professor bibliotecário fica assim incondicionalmente comprometido com esta ideia de BE 2.0. E precisa de ser ator e agente dessa mudança. Contudo, o caminho a fazer não é nem atrativo nem muito fácil. E aqui podemos equacionar a realidade do PB nas escolas.
O professor bibliotecário em Portugal (cf. Portaria 756/2009 de 14 de julho) tem um enquadramento legal que lhe permite alargar de forma indefinida o âmbito das suas competências e funções: professor, ator dinâmico, flexível, proativo, informal, atualizado nas novas tecnologias, consumidor assíduo de informação e produtor de conteúdos. Mas, simultaneamente, formal, dando continuidade às tarefas tradicionais (porque elas ainda não vão acabar!) e desdobrando-se em projetos de articulação com os seus pares, com os demais utilizadores e a comunidade exterior.
Lacunas vs. soluções
Mas o PB não pode nem deve estar sozinho nesta tarefa. Das leituras complementares, retivemos algumas questões importantes. Do Relatório-síntese sobre Literacias da EU: deparamo-nos com nossa própria imagem: (i) a existência de (e são muitas) uma lacuna digital entre a prática da escola, isto é, entre o documento impresso e a prática do digital em casa; (ii) num esforço de encontrar soluções: a ideia de que deve haver políticas-conjuntas dos Estados Membros da UE (a migração da iliteracia é um facto) e um esforço de políticas dentro de cada estado, fornecendo ambientes digitais de leitura, ao mesmo tempo que os professores de todos os níveis devem estar dotados de competências para integrarem as TIC no ensino da literacia (cf. Relatório-síntese, pp. 8 e 9). O que não nos retira a nossa parte de responsabilidade, apenas a partilha de forma alargada.

Impacto vs. falta de interatividade

Nas conclusões do estudo efetuado com base nas respostas dos PB sobre a BE, de CUNHA, T. e FIGUEIREDO, M., O impacto da Web 2.0 nas escolas secundárias do concelho de Lisboa, especificamente quanto ao item “interatividade”, apesar do esforço, reconhecido pelos autores do estudo, de atualização digital por parte do PB, a verdade é que o impacto nos alunos, a interatividade tão desejada não tem correspondido ao esforço dos PB. E por isso torna-se imprescindível conhecer as motivações dos alunos para tanta ausência, equacionando as múltiplas variáveis que neste campo estão sempre em jogo: questões culturais, sociais, faixa etária, que vão condicionar todos os comportamentos dos utilizadores.
Há assim um difícil caminho para o “Universo Infinito” (a expressão não é nossa).



Referências bibliográficas
“A Web 2.0 e a Biblioteca 2.0”-Texto do grupo de formação CFAS e CFJS (2012)

Brick and ClicK Solutions http://www.brickandclick.com/ [aced. em 11 de nov. de 2012]

CUNHA, Thiago e FIGUEIREDO, Marina (2012) “O impacto da WEB 2.0 nas escolas secundárias do concelho de Lisboa” – BAD-Atas do congresso Nacional (2012) [ aced. em 11 nov. de 2012]

http://www.bad.pt/publicacoes/index.php/congressosbad/article/view/349 [aced. em 11 de nov. 2012]

CEE-Europa- Grupo de Peritos de Alto Nível sobre Literacia (2012), “Aja Agora Mesmo”.
http://ec.europa.eu/education/literacy/what-eu/high-level-group/documents/executive-summary_pt.pdf

Julieta Silva
Lisboa, 11 novembro 2012

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