domingo, 30 de dezembro de 2012


Relatório final e mapa do projeto


        A formação agora terminada, BE 2.0,  trouxe-nos partilha de saberes e troca de algumas experiências. Se já púnhamos algumas delas em prática, estamos certos de que dela nos ficará muito material para experimentar e pôr ao serviço da escola e da biblioteca. A  formação em Web 2.0 tornou-se imprescindível para os profissionais da educação em pleno séc. XXI. A nossa condição de professores bibliotecários traz-nos responsabilidades acrescidas, não só no modo de encarar novas formas de ensinar em aula, mas igualmente na necessidade de criarmos e servirmos de exemplo a novas formas de colaborar no seio de uma organização que é a escola e no modo de nos envolvermos com as instituições com que contracenamos neste processo, cada vez mais alargado, de partilha e de construção dos saberes. 
        Nesse sentido, este género de formação dos professores (as novas tecnologias) e, mais do que isso, o  trabalho em rede são as  condições necessárias (mas nem sempre suficientes) para criar pontes ou reforçá-las entre a biblioteca e os seus utilizadores. A Web 2.0 veio trazer muitos aplicativos que os professores devem aprender a disponibilizar a alunos e a docentes.  O facto de os jovens serem considerados a geração digital nada implica que eles saibam utilizar as TIC em prol da sua aprendizagem, mas tão somente a favor do seu lazer. A este propósito referimos o estudo “O impacto da Web 2.0 nas bibliotecas escolares das escolas secundárias do concelho de Lisboa” (Tiago e Cunha, 2011)1 em que os autores citam Kuhlthau, uma investigadora destas questões de aprendizagem através das novas tecnologias:

A aproximação entre Nativos e Imigrantes digitais é importante não só para aproximar   educadores e educandos num modelo de ensino adaptado, mas também por perceber que pertencer a uma geração digital contempla riscos que devem ser tidos em conta numa reestruturação do sistema educativo, isto porque o excesso de informação que decorre das TIC é um dos grandes desafios do ensino, a escola deve auxiliar os alunos a trabalhar com a informação disponível (KUHLTHAU, 1999).

      A escola em que trabalho é uma escola secundária do concelho de Lisboa, especializada em ensino artístico, e foi uma das escolas que fizeram parte do objeto de estudo acima referido  (Tiago e Cunha, 2011). Os currículos da escola, desde 2005, são exigentes quanto às competências a desenvolver na área das tecnologias e, também por esta razão, a biblioteca tem sentido necessidade de corresponder a essa exigência, pelo menos esbater o mais possível a grande diferença entre o domínio do digital entre alunos e a oferta digital da biblioteca. Assim, a biblioteca da Escola António Arroio oferece atualmente plataformas que podem ser utilizadas pelos seus usuários, mas também por todos os que nos visitam com regularidade quer na página da biblioteca quer no blogue.  Porém, algumas questões se colocam do lado de quem deve refletir de forma permanente  todas estas questões, isto é,  os profissionais do ensino: 
(i) a evolução das tecnologias, que obriga a um esforço de atualização constante; 
(ii) a necessidade de colocar os recursos educativos, ferramentas digitais e outros aplicativos ao serviço dos utilizadores; 
(iii) uma visão esclarecida das hierarquias sobre esta realidade e que valorizem as TIC como recursos fundamentais - e quem acumula esse esforço de atualização; 
(iv) o tempo necessário para dedicar a estas questões do digital (cada vez mais escasso); 
(v) e, por último, a importância de educar os alunos, pais, educadores e tutela, na crença de que todas estas questões são importantes e que temos o dever de conseguir fidelizá-los não só ao espaço da biblioteca, mas também ao espaço digital. Falamos, portanto, de literacia digital, da necessidade de incentivar a utilização das novas tecnologias, ou ferramentas digitais, em prol de uma maior qualidade do ensino aprendizagem. 

     Como já referimos, na nossa escola tem havido um empenho nestas questões ao longo de anos, mas a nossa experiência  diz-nos que estas questões não são fáceis de resolver, nomeadamente a de  incutir nos alunos boas práticas  diárias na área do digital. A maioria dos alunos da nossa escola integra de forma habitual as tecnologias na sala de aula, por via dos recursos obrigatórios das aulas de projeto. A pesquisa na web para trabalhos, nomeadamente a pesquisa projetual, é também uma prática diária incentivada e muitas vezes faz-se com o apoio de professores das disciplinas e até da biblioteca. Contudo, nas disciplinas teóricas, dissuadimos a pesquisa digital em detrimento da pesquisa bibliográfica, a fim de evitar o plágio, por exemplo, ou a 
necessidade de criar boas práticas de pesquisa bibliográfica quando avançam para o ensino superior.
   
       Nós já disponibilizamos ferramentas várias (na página web da biblioteca) para utilização diária nas práticas letivas, mas neste tipo de recursos a disponibilizar duas qualidades se impõem: visibilidade e funcionalidade. Daí que o nosso próximo objetivo seja a elaboração de uma plataforma de ferramentas que se tornem funcionais e atrativas. E torná-las operacionalizáveis pela comunidade escolar. O documento é apenas um projeto muito esquemático, pouco desenvolvido,  mas contém as questões que consideramos essenciais.


Atividade-projeto a desenvolver: AQUI


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CUNHA, Thiago e FIGUEIREDO, Marina (2012) “O impacto da WEB 2.0 nas escolas secundárias do concelho de Lisboa” – BAD-Atas do congresso Nacional (2012) [ aced. em 11 nov. de 2012]

http://www.bad.pt/publicacoes/index.php/congressosbad/article/view/349 [aced. 29 de dez. 2012]


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